quinta-feira, junho 5

Passa a máquina zero

Aspiras de plantão, não sei vocês, mas a pior, ou uma das piores, hora na vida de um homem de verdade, macho de respeito, é a hora de cortar o cabelo. Você fica num sofá velho todo ferrado por uns 30 minutos com um bando de homens ao redor falando de futebol, política e das suas mulheres (nessa ordem especificamente), com revistas Veja, Caras, Quem, e Contigo da época em que Dom Pedro (ou Dercy Gonçalves, o que vier primeiro) tinha seu pequeno triciclo e passeava pelo Rio de Janeiro, acompanhado de seu pai... hehehehe. Depois dessa tormenta que é a espera, chega a hora de cortar o cabelo. Meldels... terrível. Você senta na cadeira, vem o barbeiro e taca aquela cortina de bujão de gás no teu pescoço e te sufoca, para enfim perguntar: "Como é que vai ser?" Eu é que pergunto, "como é que vai ser, hein? Acho que você tem que pegar aquela coisinha preta com umas tampinhas e passar a número 2 pelos lados da minha cabeça, daí pegar a prateada com duas lâminas em uma mão e o de plástico cheio de pontinhas na outra e mexer pela parte de cima, belê?" Então começa a tortura emocional, por que enquanto você está com o seu cabelo parte cortado e parte gigante, tem a nítida sensação de que os outros estão te olhando e pelo menos rindo de você. Até que 20 minutos depois você olha pra frente e tá tudo ok. Isso até o dito cujo pegar aquela navalha da feira e escolher a lâmina pra fazer os ajustes. Então depois disso tudo, ele pega aquele outro espelho pra te mostrar a parte de trás da cabeça. Pra quê isso? Besteira. Mas enrolei isso tudo aqui, pra você ter uma idéia, mas só uma idéia de que se depois dessa epopéia toda, você olhasse para o espelho e visse isso:

hairhat

Absolutamente ridículo. Tosco. Estranho. Bizarro. Só isso. Por isso, campanha "Passa a máquina" em todos os cabeleireiros e barbeiros do Brasil para evitar isso aí. Falou?

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